Da Redação



01-02-2014
PRIMEIRO CASO

Henrique Emanuel Gregóris


CASOS CONHECIDOS
EM QUE A PSICOGRAFIA
ESTEVE PRESENTE NO TRIBUNAL

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A psicografia consiste na mensagem procedente do outro lado da vida e é enviada pelo espírito interessado em transmitir informações, ensinamentos ou mesmo orientações aos encarnados, como são chamados os que ainda se acham na Terra, e sempre com o auxílio de um médium e por meio da escrita. Essa modalidade de mensagem ou “carta” tem sido utilizada pela defesa, nos casos em que o assunto alcança os limites do tribunal, como um dos meios de prova e, até certo ponto, com participação influente e até decisiva em delitos considerados como de natureza grave.

Há nove casos conhecidos no Brasil, em que o plano espiritual se empenhou, conforme será mostrado ao longo do ano, e até interferiu na condução processual para a aplicação da justiça terrena. Seis deles foram originados da mediunidade de Francisco Cândido Xavier e diretamente ligados à área criminal. Foram casos de homicídio em que a mão invisível dos espíritos esteve atuante para contribuir, como de fato contribuiu de maneira decisiva. Esses casos, que estão em sequência de datas, serão apresentados um a um, com detalhes surpreendentes.

Há que se destacar, contudo, que um deles, o primeiro registro dessa natureza, referente a Henrique Gregóris, a carta mediúnica não chegou a interferir no processo em razão de o julgamento já haver sido realizado. Apenas reforçou a decisão tomada.

Outras duas situações, embora nada tenham a ver como prova ou contribuição nesse sentido, tiveram acontecimento em localidades diferentes e estão interligadas, igualmente, com o assunto psicografia, mas não como as que intercederam nos processos.

Os casos que serão agora citados ocuparam espaço no tribunal, na área cível, em que a disputa pretendida é pelo direito da obra, tanto em sua edição quanto ao resultado econômico dela decorrente.

Como já foi dito, também aqui a psicografia está presente, pois as obras foram ditadas por pessoas (espíritos) que já não mais habitam nosso meio e através de médium, que é personalidade humana, homem ou mulher, habilitada para esse fim.

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Incluído na ordem cronológica de acontecimento, este caso de homicídio foi o primeiro que contou com a participação do médium mineiro Francisco Cândido Xavier como a antena receptora de mensagens do Além, que recebeu por meio da psicografia, informações lidas e juntadas ao processo e que, ao final, teve a parcela de contribuição no sentido de mostrar que os fatos foram perfeitamente compreendidos pelos julgadores, que já haviam tomado suas decisões quando da apresentação da referida “carta”.

Em Goiás, no município de Hidrolândia – que faz parte da Grande Goiânia – houve o primeiro caso registrado envolvendo a psicografia como prova de defesa em processo criminal.

Foi em 10 de fevereiro de 1976, uma terça-feira, que João Batista França, brincando com uma arma de fogo e promovendo a chamada roleta russa(1), acidentalmente efetuou o disparo fatal que acertou o amigo Henrique Emanuel Gregóris, então com 23 anos, que estava a poucos metros de distância, mas no mesmo cômodo.

Henrique, estudante de administração de empresas, era o segundo dos quatro filhos do casal Gastão (falecido em 1964, aos 36 anos) e Augusta Soares Gregóris.

Augusta, conhecida por Augustinha, tomou conhecimento do acidente com o filho por volta das 22:30h, quando foi informada de que Henrique estava hospitalizado e muito mal. Somente após chegar ao hospital São Salvador, na cidade, é que ficou sabendo que ele havia sido atingido por disparo de arma de fogo e falecido.

A família, naturalmente transtornada, aguardava pelos esclarecimentos e providências processuais por parte do 1o Distrito Policial de Goiânia-GO.

Como, porém, alguns meses depois do fato, o acusado da morte de Henrique fora absolvido Pelo tribunal do júri, a família, inconformada e não concordando com aquele resultado, imediatamente entrou com recurso de apelação em Instância Superior, o que foi feito pelo advogado Wanderley de Medeiros.

Enquanto isso, na cidade de Uberaba-MG, distante cerca de 450 quilômetros de Goiânia, dois dias após o recurso impetrado contra a decisão do julgamento que beneficiou o homicida, e sem que essa medida chegasse ao conhecimento de Chico Xavier, este recebe, diretamente, através da psicografia, de Henrique Emanuel Gregóris, a estranha solicitação no sentido de que fosse pedido à sua mãe – dona Augustinha – “para que perdoasse o amigo”(2).

Com a responsabilidade da missão em suas mãos, Chico não titubeou. Foi à cidade de Hidrolândia, na Grande Goiânia, e entregou pessoalmente à D. Augustinha a solicitação de seu filho, que imediatamente não vacilou na decisão a ser tomada. Enviando carta ao seu advogado, solicitou-lhe que encerrasse definitivamente o caso, o que foi feito(3).

Eis a publicação em jornal local:

“Anotemos o que ostentou O Popular, de 18 de julho de 1976, sob o título “Mãe desiste de ação contra acusado da morte de seu filho”: “O juiz Orimar Bastos, da Comarca de Piracanjuba, respondendo pela de Hidrolândia, absolveu o bacharel João França de responsabilidade na morte de Henrique Emanuel Gregóris. Contratado pela mãe da vítima, o advogado Wanderley de Medeiros entrou com a petição de apelação contra a sentença.

Dona Augusta Soares Gregóris, genitora de Henrique, antes que a petição tivesse curso, desistiu da apelação, comunicando a seu advogado que seu filho, depois de morto, perdoara ao acusado. Assim, a ação foi encerrada definitivamente”.

Acrescenta-se aqui o fato de que João Batista França, o autor do disparo que feriu mortalmente Henrique Emanuel Gregóris, já havia sido considerado inocente por ocasião do julgamento, ou seja, a decisão anteriormente tomada e aplicada em relação ao réu estava coerente com a mensagem recebida por Chico Xavier.

Em mensagem a Chico, Henrique não inocenta João França, mas diz que ambos foram culpados pelo acidente. Este caso foi a júri, mas o réu já havia sido absolvido por 6 votos a 1, sem a influência da psicografia.


(1) Roleta russa: Assim é chamado o processo de se colocar uma única bala (cartucho carregado) no tambor do revólver, geralmente constituído de seis câmaras (orifícios), e, com uma pancada brusca, é empurrado para o fechamento, momento em que referido tambor gira algumas vezes aleatoriamente antes de se ajustar na estrutura do revólver para fechar, acionando o gatilho em seguida, com o cano apontado para a cabeça, de quem o manuseia ou de outra pessoa. Se o cartucho estiver na direção de ser picotado (através da espoleta), o projétil (a bala) será, irreversivelmente, disparado, alcançando o alvo direcionado.

(2) Livro Amor & Luz, de Emmanuel, por Chico Xavier – Ed. IDEAL – Instituto de Divulgação Editora André Luiz-São Paulo-SP.

(3) Livro Enxugando lágrimas, de Espíritos diversos, por Chico Xavier – IDE – Instituto de Difusão Espírita-Araras-SP.

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